quarta-feira, 4 de novembro de 2009

ECONOMIA E AS OBRAS REALIZADAS


Embora o governo de Juscelino Kubitschek usasse uma plataforma nacional desenvolvimentista, o Plano de Metas, lançado em 1956, permitiu a abertura da economia brasileira ao capital estrangeiro. Isentou de impostos de importação as máquinas e equipamentos industriais, assim como os capitais externos, desde que associados ao dinheiro nacional ("capital associado"). Para ampliar o mercado interno, o plano ofereceu uma generosa política de crédito.
Promoveu a implantação da indústria automobilística, com a vinda de fábricas de automóveis para o Brasil, promoveu a indústria naval, a expansão da indústria pesada, a construção de usinas siderúrgicas e de grande usinas hidrelétricas, como Furnas e Três Marias, abriu as rodovias transregionais e aumentou a produção de petróleo da Petrobrás. Com exceção das hidrelétricas, Juscelino praticamente não criou nenhuma empresa estatal.
Em 15 de dezembro de 1959, JK criou a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, Sudene, para integrar a região ao mercado nacional. Também em 1959, Juscelino rompeu com o FMI por não aceitar a reforma cambial pedida pelo FMI.
Entre 1959 e 1960, houve uma crise na obra de construção de Brasília. As verbas haviam acabado e JK entendia que não poderia terminar o governo sem construir Brasília. Jk rompeu com o FMI, pois este havia proposta reformas econômicas que não seguiam o seu modelo de governo, e, sendo assim, precisou agir de outra forma para conseguir o capital para terminar Brasilia. JK emitiu titúlos da dívida pública e precatórias. Esses consistem em papéis negociados na bolsa de valores para conseguir capital a curto prazo. Ele vendeu esses papéis com deságio, ou seja, com um preço a baixo do que poderia ser recuperado posteiormente em um prazo de 5 anos. Com isso, Jk conseguiu dinheiro para terminar Brasília. Isso, no entanto, fez com que JK fosse acusado de inviabilizar o futuro governo do país, por aumentar a dívida pública.
Junto com Brasília, uma grande obra rodoviária ajudou muito o povoamento do Centro Oeste do Brasil e da Amazônia, a rodovia Belém-Brasília. Outra obra rodoviária ligando regiões brasileiras, feita por Juscelino, foi a Rodovia Régis Bittencourt que liga o Sudeste ao Sul do Brasil.
Os críticos de Juscelino Kubitschek frisam o fato de ele ter priorizado o transporte rodoviário em detrimento do ferroviário devido à indústria automobilística, o que teria causado prejuízos ou isolamento a certas cidades. A opção pelas rodovias é considerada por muitos danosa aos interesses do país, que seria melhor servido por uma rede ferroviária. Na década de 1920, o presidente Washington Luís também havia sido contestado por construir rodovias.
A dívida externa aumentou 1,5 bilhão de dólares, chegando ao todo a 3,8 bilhões de dólares. Foi ainda agravada pelas altas remessas de lucros das empresas estrangeiras de "capital associado" e pelo consequente aumento do déficit na balança de pagamentos.
Houve também a criação de uma nova dívida interna (+- 0,5 bilhões de dólares).
Apesar do crescimento econômico, o mandato de Juscelino Kubitschek terminou com crescimento da inflação, aumento da concentração de renda e arrocho salarial. Ocorreram várias manifestações populares, com greves na zona rural e nos centros industriais que se alastram nos governos seguintes.
De fato, a expansão do crédito, a grande quantidade de importações para indústria automobilística e as constantes emissões de moeda - para manter os investimentos estatais e pagar os empréstimos externos - provocaram crescimento da inflação e queda no valor dos salários. Em 1960, a inflação estava a 25% ao ano, subiu para 43% em 1961, para 55% em 1962 e chegou a 81% em 1963. Durante o governo JK, a produção industrial cresceu 80%, os lucros da indústria cresceram 76%, mas os salários cresceram apenas 15%.
Porém, o salário-mínimo de 1959, foi, por muitos anos, considerado o mais alto, em valores reais, de todos os tempos.

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